quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Primeiro Dia

Finalizado o processo de eleição para os órgãos da Associação Académica de Trás-os-Montes e Alto Douro, e ouvida a voz dos estudantes, a lista T presidida por Luís de Matos, assume assim a responsabilidade de continuar a ser voz activa dos estudantes, e a defesa dos princípios fundamentais do movimento associativo.

A lista M não poderia estar mais satisfeita com os resultados. Apesar dos 7% obtidos pela lista M, terminamos este processo com um forte orgulho da nossa presença neste momento democrático raro na nossa Universidade.

Foram muitos os momentos controversos durante a campanha. As dificuldades encontradas em reunir as três listas num debate democrático, os boatos lançados sobre o modo de financiamento das campanhas e até mesmo os conflitos pessoais, foram momentos menos felizes neste processo eleitoral democrático.

Superadas todas estas situações, foi possível ouvir e debater as propostas das três listas e o rumo futuro que todas pretendiam para a AAUTAD.

Da analise do debate, a lista M pode concluir, que são mais os pontos que unem as três listas, do que os que as separam. Diferentes são, o modo como ambas as listas pretendem alcançar os seus objectivos.

No entanto existiram algumas situações que não podemos deixar de criticar.

A dada altura o candidato da lista I afirma que: "...quero é arrumar a casa antes de partir para a política governamental, porque disso percebo pouco, eu sou estudante..."

Questionamos nos se o candidato da lista I, "porque é estudante" tem de ser ignorante em relação às questões fundamentais que determinam o ensino superior. Pois este parece desconhecer que uma universidade é uma instituição pública determinada por políticas.

Uma universidade não é um átomo isolado do país e do governo desse país. Se temos propinas altas é porque foi decidido politicamente, se o dinheiro para a acção social é pouco é porque as políticas sociais têm sido preteridas.

Política é a actividade de cidadãos que se ocupam de assuntos públicos. Ora sendo os estudantes cidadãos e a universidade uns assuntos público estes não devem ser ignorantes e alienarem-se em relação às políticas que afectam a sua vida.

Por outro lado o candidato da lista T falou das bolsas e mostrou muito bem as políticas que este governo tem seguido. No entanto chuta assim para canto as suas responsabilidades nesta questão, que de facto directamente não as tem, mas tem indirectamente pois é sabido que o poder de reivindicação das associações praticamente não existe.

O mesmo candidato referiu a adesão à marcha pelo Ensino Superior, mas foi a muito custo que aderiram, pois foi necessário esperar quase até ao último dia para se decidirem. Tiveram de esperar pela reunião com as restantes associações, reunião esta que foi marcada a poucos dias da marcha, levando assim a que a capacidade das associações de mobilizar os estudantes para a marcha ficasse extremamente reduzida, não é a dois ou três dias de uma marcha que se mobiliza uma universidade.

Questionamos ainda que trabalho de informação/mobilização junto dos estudantes tem feito a associação sobre os ataques que o ensino superior público tem sofrido, e que reivindicações tem feito a associação junto da reitoria e do governo ao longo destes anos?

Nenhuma, fazem uma marcha de quando em vez para depois daí lavarem as suas mãos e dizerem que até alertam o governo para os problemas dos estudantes. Este não é o modo operativo que uma Associação deve levar a cabo quando o ensino enfrente problemas tão graves como o RJIES, Bolonha e os problemas de Acção Social.

Mas é essa a beleza de um processo democrático tão concorrido, e é esse debate ideológico objectivo que a lista M pretendeu e pretende levar a cabo.

O fim das eleições não é o fim do debate, muito pelo contrário é o inicio de uma nova jornada para os estudantes.

Lista M, iniciada por membros do movimento estudantil MUTAD, alargou a sua representação a todos os alunos da UTAD que a ela se quiseram juntar, tal como, fomos capazes de levar a nossa visão de futuro a todos os outros.

O movimento não termina com o fim das eleições. O movimento continuará activo e continuará a dar voz aos estudantes da UTAD e do Ensino Superior.

Os 7% face aos resultados obtidos pelas outras listas não nos demoverão do nosso ideal de Universidade.

Não serão os resultados que nos demoverão de contestar a crise a que o ensino está votado, não é o facto de não termos ganho que nos fará aceitar a apatia generalizada e a elitização do ensino superior e do seu acesso.

Continuaremos a marcar pela diferença, por um espaço alternativo de discussão e a derrubar os muros que nos impedem de alcançar uma universidade não mercantilizada que apenas serve interesses privados.
Continuamos a exigir um ensino superior público, inclusivo, universal, gratuito e de qualidade.

Continuamos a exigir uma UTAD livre, democrática e de real representação dos interesses dos estudantes.

E continuaremos a lutar contra o desinteresse dos estudantes pelo associativismo/activismo, encurtando cada vez mais a distância por parte dos estudantes em relação ao país real, demonstrada pela afirmação de valores cada vez mais individualistas e pelo nível extremamente baixo do envolvimento em actividades políticas ou de cariz associativo.


E sendo assim a lista M encerra o seu período eleitoral e convida todos estudantes e em particular os seus integrantes e simpatizantes a continuar as próximas jornadas em mutad.blogspot.com.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Resultados Eleitorais para a AAUTAD

Vitoria da Lista T à Direcção e Mesa de Assembleia.

Eleição de 3 elementos da Lista T para o Conselho Fiscal e 2 elementos da Lista i, por apuramento através do Método D'Hondt.



domingo, 13 de dezembro de 2009

Dia 15 - Vota

Lista M

sábado, 12 de dezembro de 2009

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Membros da Lista

Festa/Apresentação Lista M

XOT´s BAR por volta das 22h, será realizado a apresentação da Lista M à AAUTAD numa festa aberta ao debate e a troca de ideais.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Conselho Fiscal

Sendo este órgão, possivelmente, composto por elementos pertencentes a mais que uma lista candidata, é nosso objectivo manter as actividades da direcção claras e transparentes.

É nosso desígnio:
  • Elaborar um parecer sobre o plano de actividade e contas da direcção, assim como elaborar um parecer sobre o orçamento da A.A.U.T.A.D.
  • Colaborar com a direcção e suas secções, nas demais actividades de forma a assegurar um trabalho competente e credível.
  • Garantir que todas as actividades da direcção da A.A.U.T.A.D. sejam claras e transparentes
  • Fiscalizar de forma transparente todas as actividades da A.A.U.T.A.D.

Área Financeira

Não podemos deixar que as actividades recreativas da AAUTAD sejam elitizadas. Propomos que uma parte substancial do dinheiro ganho cada ano na Semana Académica e na Semana Caloiro seja usado até Novembro desse mesmo ano para financiar os grupos culturais ou núcleos que apresentem projectos.

Queremos também diminuir a responsabilidade financeira dos núcleos na Semana Académica e Semana do Caloiro, e criar planos de pagamento dos núcleos para a Semana Académica e Semana do Caloiro de modo a que nenhum curso fique de fora por motivos financeiros.

Actividades Culturais

Queremos que o Ensino Superior não seja apenas marcado pela aquisição de conhecimentos e de um diploma por um preço, com o fim de produzir mão-de-obra para o mercado de trabalho. A passagem dos estudantes pelas universidades deve ser muito mais do que isso, deve ser um período de enriquecimento pessoal, cultural e cívico. É fundamental dar a oportunidade aos alunos e grupos de estudantes de apresentar e criar projectos como exposições, concertos, sessões de cinema, espectáculos de dança ou de teatro.

O departamento de cultura é um dos pontos fortes da nossa Associação, mas que sofre nos dias um défice de apoio por parte dos actuais dirigentes.

A lista M quer e vai alterar esta passividade face a cultura. Propomos uma maior dinamização e incentivo a criação artística, esteja ela ligada ao cinema, ao teatro, à fotografia, à escrita ou dança.
Queremos criar laços estreitos entre os estudantes nestas áreas, mas mais ainda, queremos mostrar na Cidade o que se cria na Universidade.

Assim sendo, vamos:
  • Promover uma área de criação artística no espaço da UTAD sem complicações burocráticas
  • Promover a Semana Cultural com apresentação dos trabalhos artísticos desenvolvidos ao longo do ano pelos estudantes
  • Promover actividades na Biblioteca Central da UTAD, como debates, workshops e tertúlias sem complicações burocráticas.
  • Divulgar e dinamizar o Laboratório de Fotografia da UTAD
  • Criar um protocolo com o conservatório de música de vila real para que os alunos da UTAD possam continuar ou iniciar a sua formação musical com preços acessíveis.
  • Dinamizar o Grupo de Animação Cinematográfica e o Teatro Universitário, aumentando o apoio ao mesmo, de modo a que estes possam realizar com sucesso as suas actividades dentro e fora da UTAD.
  • Apoiar as Tunas Académicas existentes e promover um Festival Nacional Transmontanos de Tu nas em Vila Real
  • Apoiar as criações artísticas dos estudantes da UTAD, permitindo-lhes apresentar os seus projectos na Universidade e na Cidade.
  • A organização de acções de integração dos alunos estrangeiros (PALOPS, Erasmus e outros programas) dinamizando debates e trocas culturais de modo a integrar estes estudantes na comunidade académica, promovendo o intercâmbio cultural.
  • Votar o Cartaz da Semana Académica e do Caloiro em RGA Extraordinária
  • Revolucionar o espaço da Semana Académica com actividades lúdicas, projecções de curtas-metragens e melhorar as condições de acessibilidade, higiene e segurança
  • Revolucionar os dias da Semana Académica com a promoção de actividades diurnas de teatro de rua com os caloiros.

Desporto

Vemos a prática desportiva como uma parte importante da vida de cada indivíduo. Queremos continuar a apoiar e incentivar o desporto na Universidade tentando sempre melhorar as condições para práticas desportivas e apostar e apoiar em cada vez mais actividades do interesse da comunidade académica. Isto tendo sempre em conta o acesso a todos e todas que queiram pratica-las independentemente da sua condição económica.

Assim:
  • Queremos apostar mais em actividades internas na universidade, apostando em actividades desportivas entre cursos.
  • Uma gestão eficiente do CATED que contemple o uso dos espaços dedicados a pratica desportiva pelos estudantes da UTAD com baixo custo associado

Intervenção cívica

Os estudantes não podem viver numa “bolha” isolada da cidade, do país e mesmo do mundo. Para além da nossa área de estudo temos outras áreas de interesse sobre as quais nos queremos debruçar. Questões como a guerra, a ecologia, o racismo, a homofobia, o feminismo, os direitos dos animais ou outros são fundamentais pois, como estudantes, devemos participar activamente na sociedade, fomentando o espírito crítico e a discussão de temas que podem não estar directamente relacionados com a universidade, mas que são importantes para todos e todas como indivíduos.

Cabe à AAUTAD promover e estimular a criação de grupos de discussão, intercâmbio de ideias e intervenção cívica sobre esses temas pois existem questões do interesse dos estudantes que não podem ser esquecidas.

Não podemos tolerar nenhuma forma de discriminação e/ou opressão sobre os indivíduos. A xenofobia e a discriminação étnica e racial são, infelizmente, ainda uma constante. Devemos desconstruir a ideia de que há seres humanos superiores e inferiores. A liberdade sexual deve ser ponto assente em toda a sociedade Não há apenas uma forma de amar e de sentir a sexualidade. Devemos agir activamente contra a discriminação entre mulheres e homens! Não somos coniventes com a violência, com a exploração sexual nem com as diferentes formas de discriminação entre os sexos. Não devemos perpetuar os preconceitos e as desigualdades por isso urge combater a homofobia o machismo. Devemos lutar pela nossa sobrevivência e a do nosso planeta, a nossa geração tem, por excelência, a obrigação de garantir a preservação da natureza através de um desenvolvimento sustentável.

Assim devemos apoiar grupos de trabalho e intervenção que abranjam todos estes temas ou todos os temas que sejam do interesse de um grupo de alunos, para que estes possam sensibilizar os restantes colegas para estas causas e para que cada um e cada uma possa intervir activamente na sociedade, melhorando-a.

Propomos assim:
  • Ciclo de debates sobre Descriminações: LGBT, Racismo, Feminismo, Direitos dos Animais
  • Promoção de um debate sobre o conflito israelo-palestiniano
  • Campanhas de sensibilização para a luta contra a violência no namoro
  • Campanhas sobre o perigo do uso de estupefacientes pelos estudantes universitários
  • Debate sobre a resolução da Cimeira de Copenhaga
  • Debate sobre a Declaração de Gaia
  • Debates sobre a situação actual dos estudantes na Europa
  • Realizar palestras, debates e workshops sobre temas actuais do país e do mundo

Acção Social

A acção social é fundamental para que muitos alunos possam frequentar o ensino superior mas é algo negligenciado pelo Governo. O Ensino Superior deve ser para todos e ninguém deve ficar de fora pelo facto de não ter condições económicas para a sua permanência nele. As Bolsas, residências, cantinas e outros serviços são parte indispensável de uma rede de apoio social que deve criar as condições necessárias para que qualquer estudante possa frequentar o Ensino Superior com condições dignas para a sua vida como estudante.

Na situação de crise económica mundial como a que vivemos é fundamental um reforço do valor e do número de bolsas de estudo para fazer frente ás dificuldades que sentimos.

Os empréstimos bancários para a frequência no ensino superior não podem nem devem servir como substitutos das bolsas pois são formas de a banca comercial lucrar com algo que deve ser responsabilidade do Estado.

Defendemos:
  • Efectuar um levantamento real dos problemas financeiros que os nossos estudantes enfrentam
  • Mais celeridade no processo de atribuição, activação e pagamento das bolsas.
  • Alteração da fórmula de cálculo das bolsas com base num índice actualizado e real para evitar remeter os bolseiros para ultimato escalão de bolsa e até perda do mesmo. - Cobrindo melhor assim as necessidades dos bolseiros e desmascarização da politica demagógica do aumento extra de 10% (15% deslocados) no valor de bolsa;
  • Informação do direito e pagamento de 11º Mês de Bolsa
  • Continuar com as campanhas informativas iniciadas pelo MUTAD, para dar a conhecer os critérios para concurso a apoio dos SASUTAD;
  • Lutar pelo aumento das bolsas para um valor que cubra os reais gastos de um estudante.
  • Garantir que a acção social cubra todos os estudantes que dela necessitem independentemente da nacionalidade ou do ciclo em que se encontrem.

Uma nova vontade e investimento dos SASUTAD tem-se verificado nas residências, devemos então dialogar com estes na reenvidicação de alguns problemas ainda existentes como por um aquecimento mais eficaz, instalações para cozinhara e cobertura da rede eduroam em todos os quartos.

Para além de não existirem locais apropriados de confecção de alimentos para os residentes, a não existência de senhas de almoço e jantar para os dias feriados, agrava a situação deixando os residentes sem opções. Devemos portanto em cooperação com as comissões de residentes ajudar no processo desta reivindicação por elas já começada para que toda a academia possa usufruir como nos fins de semana.

Defendemos:
  • Melhores condições nas residências.
  • Mais e melhor equipamento nas residências.
  • Criação de condições para cozinhar nas residências.
  • Real participação dos estudantes nas decisões de funcionamento e elaboração dos regulamentos. Estreitar as relações da DG com as residências e repúblicas através de reuniões regulares com as mesmas
  • Acesso à internet em todos os quartos.
  • Não concessão de residências, bares e cantinas dos SASUTAD a privados.
  • Fornecimento gratuito da senha de refeição a alunos carenciados.

Politica Educativa

Os estudantes sofrem actualmente problemas nunca antes sentidos. A atribuição das bolsas demora meses e os que não são contemplados tem dificuldades em pagar as propinas.

A distribuição da carga horária é desorganizada e a atribuição das salas não têm uma gestão eficiente. Por vezes deparamo-nos com salas lotadas sem condições para que as aulas funcionem, e por outras, com salas vazias.

As instalações estão degradadas, necessitando urgentemente de reabilitação.

Estes problemas são sentidos por ti, por nós e por outros milhares de estudantes e têm uma origem comum: o subfinanciamento do Ensino Superior.

Os cortes orçamentais feitos pelo governo no seu primeiro mandato deixaram as universidades portuguesas com problemas de funcionamento e de pagamento de ordenados. A política adoptada pelo Governo tem como eixo principal a desresponsabilização do papel do Estado no financiamento do Ensino Superior passando este a ser cada vez mais suportado pelos estudantes e pelas suas famílias. O Governo tem milhões para dar em garantias e tapar buracos financeiros à banca comercial mas não tem para garantir o financiamento do ensino público.

Também o estrangulamento da Acção Social é consequência do desinvestimento do estado. A par deste surgem Bolonha, que reduz a qualidade do ensino e o encarece, e o Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES), que traz empresas para gerir as universidades. Tudo isto faz parte de uma política de privatização do ensino aplicada pelos últimos governos.

O processo de Bolonha e o seu paradigma de ensino vieram criar um esvaziamento dos cursos, diminuindo as durações dos diversos graus e diminuindo as horas de contacto entre professor/aluno. Passa, na prática, a chamar licenciatura ao grau que antes chamava bacharelato e mestrado ao grau de licenciatura. Acabando com o modelo de licenciatura de 5 anos e criando o modelo 3+2 ou 4+1, Bolonha faz com que se pague mais por pior formação, retirando o conteúdo cientifico dos cursos sendo mais focada a componente técnica dos mesmos. Esta separação promove a elitização do ensino pois faz com que quem não tenha capacidade económica para prosseguir nos estudos saia da universidade como mão-de-obra barata para desempenhar funções técnicas ficando os mestrados para quem possa pagar as suas propinas.

As propinas foram criadas com o argumento de que seria dinheiro para aumentar a qualidade do Ensino Superior mas hoje em dia vemos que para além de terem um valor absurdamente alto, cada vez mais são usadas para pagar ordenados e despesas de funcionamento enquanto a qualidade do ensino desce. Defendemos que a propina não faz sentido e que deve ser o Estado a financiar integralmente o Ensino Superior. Batemo-nos pela descida das propinas até se atingir a gratuitidade das mesmas.


Da resposta que a AAUTAD consiga dar a estas questões depende o futuro de milhares de colegas. No passado apenas o movimento estudantil, presente nas ruas, conseguiu travar o avanço de políticas que atacam o Ensino Público, Gratuito, Universal e de Qualidade, consagrado nos estatutos da AAUTAD. Porém esta é uma lição que escapou às últimas Direcções. Estas têm privilegiado acções simbólicas, inconsequentes e afastadas dos estudantes, desmotivando-os para a luta estudantil.

Defendemos uma Academia combativa, que através das Assembleias, construa, com todos nós, um processo de mobilização consequente. Cabe à Direcção ser a força motriz de um movimento estudantil crescente, participado, que não dê descanso a quem nos governa até que as nossas reivindicações sejam alcançadas!

Estamos prontos para lutar por:

  • Mais Financiamento para o Ensino Superior
  • Mais, Melhor e mais Justa Acção Social
  • Empresas fora da gestão da Universidade
  • Paridade em todos os órgãos
  • Nenhuma instituição pública transformada em fundação de direito privado
  • Redução imediata das Propinas
  • Propinas iguais para primeiros e segundos ciclos
  • O fim do sistema de empréstimos a estudantes como substitutos da Acção Social
  • Uma AAUTAD mobilizadora, cujos rumos são dirigidos por todos os estudantes e não pelos dirigentes
  • Marcar de forma coesa a posição dos estudantes, e não ceder á reitoria contra a vontade dos estudantes.
  • Lutar pelos mestrados integrados ou pelo menos, pelo aumento do número de vagas em cursos em que a licenciatura não serve para exercer.
  • Apoiar aos núcleos na organização das suas actividades
  • Promover palestras externas a universidade sobre trabalhos de professores e alunos, para dar a conhecer o que se faz na UTAD

Manifesto

O estado actual do ensino superior está insustentável, as universidades estão em ruptura financeira, o governo desresponsabiliza-se pelo financiamento das mesmas e intensifica o processo de privatização. Empresários entram para os órgãos de gestão e os estudantes começam a perder presença. Os preços das cantinas e autocarros aumentam enquanto as bolsas começam a ser substituídas por empréstimos bancários. Basta de políticas do governo que premiam a má gestão dos banqueiros com milhões e estrangulam financeiramente as universidades.

A AAUTAD deve ser o representante dos estudantes, deve ser quem luta pelos nossos interesses a qualquer custo. Quando o ensino superior sofre ataques brutais como Bolonha, o RJIES e os cortes orçamentais, a posição da AAUTAD tem de ser rígida e em prol da defesa do ensino superior.

A luta pelos nossos direitos não se pode resumir a cartas e conversas com ministros. Temos de mostrar ao governo que temos uma palavra a dizer sobre o ensino e não nos calaremos na defesa do ensino público, universal, gratuito e democrático. A AAUTAD tem de ser o motor do movimento estudantil, tem de promover uma universidade que é muito mais do que um lugar de consumo, um centro de aquisição de saber por um preço. A Universidade pode e deve ser um local diferente, um local criador por excelência que está inserido num meio social. A intervenção cívica dos estudante na academia e na sociedade é fundamental para desempenhar o papel de sujeitos e não meros objectos na realidade.

Compreendemos que a formação cívica e humana dos estudantes passa, invariavelmente, por uma dialéctica entre os agentes da sociedade, urge assumir o nosso papel, não só na vida académica, mas também na vida da cidade, do país e muitas vezes do mundo. Os estudantes podem e devem dar o seu contributo, quer sob a forma de opinião crítica, quer em acções concretas, projectos e trabalho realizado. Repudiamos a progressiva privatização que se tem vindo a assistir no ensino e a falta de democracia que grassa na Universidade. Cada vez mais é difícil realizar um debate ou colocar uma simples faixa dentro das “paredes” do local onde estudamos. A reitoria tem tomado um papel activo neste processo seguindo o “bom” exemplo do governo. A liberdade de expressão tem vindo a ser sonegada constantemente aos estudantes e queremo-la de volta.

A vida académica passa, inegavelmente, por uma componente lúdica que complete a formação e experiência de vida e enriqueça culturalmente. Neste plano queremos travar a fraca oferta da actual Direcção, que tende a ser sempre menos. As actividades promovidas pela mesma carecem de diversidade e passam por ser apenas espaços de consumo. Pensamos que devemos promover mais a criação, apostar em espaços onde o estudante possa ter meios de desenvolver actividades culturais e artísticas do seu agrado e que vão ao encontro da sua realização pessoal. Os grupos culturais, desportivos, núcleos de estudantes e comissões de residentes têm de ser apoiados e financiados sob princípios de gestão autónoma de forma a colmatar as suas necessidades e projectos.

A AAUTAD deve acompanhar os estudantes na sua passagem pelo ensino superior, quer quando a questão são as propinas, quer protestando junto com o aluno sobre o resultado de um exame. É essa a AAUTAD que queremos e é essa a AAUTAD que propomos.