terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Manifesto

O estado actual do ensino superior está insustentável, as universidades estão em ruptura financeira, o governo desresponsabiliza-se pelo financiamento das mesmas e intensifica o processo de privatização. Empresários entram para os órgãos de gestão e os estudantes começam a perder presença. Os preços das cantinas e autocarros aumentam enquanto as bolsas começam a ser substituídas por empréstimos bancários. Basta de políticas do governo que premiam a má gestão dos banqueiros com milhões e estrangulam financeiramente as universidades.

A AAUTAD deve ser o representante dos estudantes, deve ser quem luta pelos nossos interesses a qualquer custo. Quando o ensino superior sofre ataques brutais como Bolonha, o RJIES e os cortes orçamentais, a posição da AAUTAD tem de ser rígida e em prol da defesa do ensino superior.

A luta pelos nossos direitos não se pode resumir a cartas e conversas com ministros. Temos de mostrar ao governo que temos uma palavra a dizer sobre o ensino e não nos calaremos na defesa do ensino público, universal, gratuito e democrático. A AAUTAD tem de ser o motor do movimento estudantil, tem de promover uma universidade que é muito mais do que um lugar de consumo, um centro de aquisição de saber por um preço. A Universidade pode e deve ser um local diferente, um local criador por excelência que está inserido num meio social. A intervenção cívica dos estudante na academia e na sociedade é fundamental para desempenhar o papel de sujeitos e não meros objectos na realidade.

Compreendemos que a formação cívica e humana dos estudantes passa, invariavelmente, por uma dialéctica entre os agentes da sociedade, urge assumir o nosso papel, não só na vida académica, mas também na vida da cidade, do país e muitas vezes do mundo. Os estudantes podem e devem dar o seu contributo, quer sob a forma de opinião crítica, quer em acções concretas, projectos e trabalho realizado. Repudiamos a progressiva privatização que se tem vindo a assistir no ensino e a falta de democracia que grassa na Universidade. Cada vez mais é difícil realizar um debate ou colocar uma simples faixa dentro das “paredes” do local onde estudamos. A reitoria tem tomado um papel activo neste processo seguindo o “bom” exemplo do governo. A liberdade de expressão tem vindo a ser sonegada constantemente aos estudantes e queremo-la de volta.

A vida académica passa, inegavelmente, por uma componente lúdica que complete a formação e experiência de vida e enriqueça culturalmente. Neste plano queremos travar a fraca oferta da actual Direcção, que tende a ser sempre menos. As actividades promovidas pela mesma carecem de diversidade e passam por ser apenas espaços de consumo. Pensamos que devemos promover mais a criação, apostar em espaços onde o estudante possa ter meios de desenvolver actividades culturais e artísticas do seu agrado e que vão ao encontro da sua realização pessoal. Os grupos culturais, desportivos, núcleos de estudantes e comissões de residentes têm de ser apoiados e financiados sob princípios de gestão autónoma de forma a colmatar as suas necessidades e projectos.

A AAUTAD deve acompanhar os estudantes na sua passagem pelo ensino superior, quer quando a questão são as propinas, quer protestando junto com o aluno sobre o resultado de um exame. É essa a AAUTAD que queremos e é essa a AAUTAD que propomos.

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