A lista M não poderia estar mais satisfeita com os resultados. Apesar dos 7% obtidos pela lista M, terminamos este processo com um forte orgulho da nossa presença neste momento democrático raro na nossa Universidade.
Foram muitos os momentos controversos durante a campanha. As dificuldades encontradas em reunir as três listas num debate democrático, os boatos lançados sobre o modo de financiamento das campanhas e até mesmo os conflitos pessoais, foram momentos menos felizes neste processo eleitoral democrático.
Superadas todas estas situações, foi possível ouvir e debater as propostas das três listas e o rumo futuro que todas pretendiam para a AAUTAD.
Da analise do debate, a lista M pode concluir, que são mais os pontos que unem as três listas, do que os que as separam. Diferentes são, o modo como ambas as listas pretendem alcançar os seus objectivos.
No entanto existiram algumas situações que não podemos deixar de criticar.
A dada altura o candidato da lista I afirma que: "...quero é arrumar a casa antes de partir para a política governamental, porque disso percebo pouco, eu sou estudante..."
Questionamos nos se o candidato da lista I, "porque é estudante" tem de ser ignorante em relação às questões fundamentais que determinam o ensino superior. Pois este parece desconhecer que uma universidade é uma instituição pública determinada por políticas.
Uma universidade não é um átomo isolado do país e do governo desse país. Se temos propinas altas é porque foi decidido politicamente, se o dinheiro para a acção social é pouco é porque as políticas sociais têm sido preteridas.
Política é a actividade de cidadãos que se ocupam de assuntos públicos. Ora sendo os estudantes cidadãos e a universidade uns assuntos público estes não devem ser ignorantes e alienarem-se em relação às políticas que afectam a sua vida.
Por outro lado o candidato da lista T falou das bolsas e mostrou muito bem as políticas que este governo tem seguido. No entanto chuta assim para canto as suas responsabilidades nesta questão, que de facto directamente não as tem, mas tem indirectamente pois é sabido que o poder de reivindicação das associações praticamente não existe.
O mesmo candidato referiu a adesão à marcha pelo Ensino Superior, mas foi a muito custo que aderiram, pois foi necessário esperar quase até ao último dia para se decidirem. Tiveram de esperar pela reunião com as restantes associações, reunião esta que foi marcada a poucos dias da marcha, levando assim a que a capacidade das associações de mobilizar os estudantes para a marcha ficasse extremamente reduzida, não é a dois ou três dias de uma marcha que se mobiliza uma universidade.
Questionamos ainda que trabalho de informação/mobilização junto dos estudantes tem feito a associação sobre os ataques que o ensino superior público tem sofrido, e que reivindicações tem feito a associação junto da reitoria e do governo ao longo destes anos?
Nenhuma, fazem uma marcha de quando em vez para depois daí lavarem as suas mãos e dizerem que até alertam o governo para os problemas dos estudantes. Este não é o modo operativo que uma Associação deve levar a cabo quando o ensino enfrente problemas tão graves como o RJIES, Bolonha e os problemas de Acção Social.
Mas é essa a beleza de um processo democrático tão concorrido, e é esse debate ideológico objectivo que a lista M pretendeu e pretende levar a cabo.
O fim das eleições não é o fim do debate, muito pelo contrário é o inicio de uma nova jornada para os estudantes.
Lista M, iniciada por membros do movimento estudantil MUTAD, alargou a sua representação a todos os alunos da UTAD que a ela se quiseram juntar, tal como, fomos capazes de levar a nossa visão de futuro a todos os outros.
O movimento não termina com o fim das eleições. O movimento continuará activo e continuará a dar voz aos estudantes da UTAD e do Ensino Superior.
Os 7% face aos resultados obtidos pelas outras listas não nos demoverão do nosso ideal de Universidade.
Não serão os resultados que nos demoverão de contestar a crise a que o ensino está votado, não é o facto de não termos ganho que nos fará aceitar a apatia generalizada e a elitização do ensino superior e do seu acesso.
Continuaremos a marcar pela diferença, por um espaço alternativo de discussão e a derrubar os muros que nos impedem de alcançar uma universidade não mercantilizada que apenas serve interesses privados.
Continuamos a exigir um ensino superior público, inclusivo, universal, gratuito e de qualidade.
Continuamos a exigir uma UTAD livre, democrática e de real representação dos interesses dos estudantes.
E continuaremos a lutar contra o desinteresse dos estudantes pelo associativismo/activismo, encurtando cada vez mais a distância por parte dos estudantes em relação ao país real, demonstrada pela afirmação de valores cada vez mais individualistas e pelo nível extremamente baixo do envolvimento em actividades políticas ou de cariz associativo.
E sendo assim a lista M encerra o seu período eleitoral e convida todos estudantes e em particular os seus integrantes e simpatizantes a continuar as próximas jornadas em mutad.blogspot.com.
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